Os estágios da Transformação Digital, ops… da Transformação dos Negócios

Neste artigo quero propor uma imersão num mundo em constante transformação, muito maior do que “só” uma presença digital, mas que pouco se discute dentro das empresas.

“dos sites institucionais aos Ecossistemas de Negócios. o que mudou nos últimos 20 anos?”

Ainda hoje o mercado confunde “presença digital” com “transformação digital”, que é muito mais do que colocar sites no no ambiente web ou estar presente nas redes sociais.

Quando falamos em transformação digital, na verdade estamos falando de transformação dos negócios, ou seja, é um estágio muito mais avançado, pois não só trata de estar presente no ambiente web, mas sim de desenvolver negócios em ambientes diversos daquele que a empresa possui seus canais digitais.

Mas vamos lá exemplicar os quatro estágios da transformação digital, ops… transformação dos negócios.

1º ESTÁGIO de MATURIDADE no mundo DIGITAL

No inicio da internet comercial, as empresas se deram conta do potencial de alcance que um site poderia trazer e praticamente todo mundo desenvolveu um.

Alguns bem simples, como um cartão de visita, outros mais complexos, já trabalhando com conteúdo atualizado. E claro, ali surgiram os desbravadores das vendas online, como Submarino, que nos anos 2.000 tinha 64% do faturamento de todo o e-commerce brasileiro.

A maioria não tinha nenhuma preocupação estética (veja os exemplos abaixo) mas tinham, todos, como objetivos maior alcance e atração de novos consumidores.

Era o inicio da internet comercial no Brasil.

As pessoas precisavam comprar revistas impressas nas bancas de jornais, para terem acesso a listas de sites para navegar. Naquela época não existia o Google, né?

1º ESTÁGIO de MATURIDADE no mundo DIGITAL

2º ESTÁGIO de MATURIDADE no mundo DIGITAL

Num segundo momento, as empresas perceberam que poderiam oferecer uma experiência melhor na navegação e principalmente iniciar uma jornada de fidelização. Daí proliferaram os aplicativos.

Primeiro de alto custo e longo tempo para desenvolvimento e hoje com ferramentas low code, de rápida construção e custo extremamente baixo, por não exigirem profissionais especializados em desenvolvimento mobile.

Você deve lembrar da “febre” de lançamentos de aplicativos, principalmente pelo crescimento do acesso móvel e os recursos dos smartphones. Hoje quase não se vê mais esta corrida de lançamentos de aplicativos.

Porque?

Porque o mercado, começou a entender melhor o consumidor e percebeu que ele não tem espaço no celular para ter 200/300 aplicativos nem tempo para utilizar, passando a priorizar os aplicativos que passaram a ser reconhecidos como os super Apps, concentrando dezenas/centenas de negócios numa única plataforma.

Destaque para iFood e Rappi, entre outros que concentram um elevado número de parceiros de negócios, o que dá, de certa forma, inicio aos estágios mais avançados de transformação digital, ops… transformação dos negócios.

3º ESTÁGIO de MATURIDADE no mundo DIGITAL

Este é o momento que as empresas, pressionadas pelos consumidores, passaram a integrar seus sites aos sistemas internos, possibilitando uma infinidade de serviços online, que antes era restrito ao ambiente físico.

Quem não lembra que para pagar uma conta numa grande rede de moda, precisava ir até uma loja física, caminhar até o fundo para fazer o pagamento?

Quem não lembra que para pedir uma 2a conta de luz, água, etc… precisava ir até o prestador de serviço?

Ou ter que enviar um e-mail pedindo uma 2ª via do condominio, do cartão de crédito, e as vezes ter que esperar alguns dias, para receber o retorno?

De novo, o epícentro da transformação digital, ops… transformação dos negócios, partiu do consumidor que passou a pressionar os fornecedores a atenderem suas necessidades.

É neste momento, que o cliente passa a ocupar o lugar de destaque numa jornada de transformação dos negócios. Pronto, tirei o “digital” da transformação, pois o que está acontecendo no mundo é uma verdadeira transformação dos negócios. A digitalização de processos, documentos, etc… faz parte, mas não é, ou pelo menos não deveria ser, o principal motivo desta jornada.

E para entender o porque falo sempre que o cliente é o epícentro da Transformação Digital, ops.. transformação dos negócios, veja os três elementos principais da Transformação Digital no quadro abaixo:

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Quem acompanha minhas palestras sabe o quanto “bato” nesta tecla.

O ciclo que vivemos hoje – Transformação Digital – é o único em toda a história da humanidade, que teve o consumidor como o elemento principal, ao contrário de todos os outros ciclos, desde a Revolução Industrial, passando pelos anos 60, quando do nascimento dos Programas de Qualidade, chegando nos anos 80, quando começaram a surgir os primeiros ERPs.

Em todos estes ciclos as revoluções, mudanças ou transformações que aconteceram nasceu dentro das empresas. Nos anos 2020, o ciclo da Transformação Digital, que nada tem a ver com a terrível pandemia, tem o CLIENTE no centro. E por este motivo, o desespero da maioria dos empresários, pois não partiu dele a decisão de transformar seu negócio. Ele é e será cada vez mais pressionado a entender a necessidade e os desejos dos seus clientes, atendê-los nos canais que ele, cliente quer, na velocidade que ele exige.

4º ESTÁGIO de MATURIDADE no mundo DIGITAL

Este é um momento que como diz aquele narrador de luta de MMA diz: “Chegou o momento de separar os adultos das crianças”. Trazendo para o mundo corporativo, é o momento que as empresas se consolidam como empresas digitais e as demais passam a serem coadjuvantes no mundo dos negócios.

Estou falando de “Ecossistemas de Negócios”. Dois exemplos, já com uma década de existência vem a mente neste momento, certo?

O Chinês Alibaba e a americana Amazon. Eles são considerados os mais completos ecossistemas de negócios do mundo, pela sua abrangência de negócios que atendem, muitos deles nada a ver com o modelo inicial dos dois gigantes.

Não foi fornecido texto alternativo para esta imagem

Mas porque eles passaram a investir em negócios que não são, originalmente de suas áreas de atuação?

De novo, o cliente colocado no centro da jornada de transformação dos negócios.

Se um cliente compra uma maquina de lavar roupa numa loja de departamentos, ele vai precisar de sabão em pó/liquido para fazer o uso desta maquina, correto?

As lideranças desta loja de departamentos poderia dizer que isso não tem a ver com seu “core business”, mas poderia também pensar em porque não oferecer este produto ao seu cliente, ao invés de deixar ele ir comprar noutro lugar.

Com este pensamento, nasceram no Brasil alguns super Apps, como Magalú e Mercado Livre, que cresceram de forma exponencial a partir do investimento num novo modelo de negócios, os Marketplaces, que concentram numa única plataforma, milhares de parceiros de negócios que ofertam seus produtos/serviços.

Ao dono do Marketplace, a responsabilidade de atrair público e ajudar na divulgação dos produtos/serviços dos parceiros, que tem a responsabilidade de entregar.

Muito semelhante ao que um shopping center se propoe a fazer, só que no ambiente offline, correto?

isto reforça o que sempre abordo na palestra “NOVOS modelos para NEGÓCIOS tradicionais”, pois o negócio continua o mesmo, o que muda é o modelo.

Mas quero ir além deste modelo, que já é sucesso, mas que vai obrigar aos players do mercado, a se reinventarem novamente.

Algumas empresas já entenderam o recado do consumidor. E que recado!

Ele não tem tempo e nem interesse em ficar mudando de plataforma a todo momento.

Isso se reflete na maior doença do século atual, a Ansiedade.

Quem não recebeu uma mensagem no whats e nem deu tempo de ler, mas o outro lado já enviou uma ou duas ?? (interrogações)?

Ambev, reconhecida mundialmente pelas suas marcas de bebidas que criou a Ambev Tech, é um case interessante para se estudar, pois a pouco tempo, duas declarações de seus líderes chamaram a atenção do mercado.

“Ser apenas uma companhia de bebidas não nos representa mais”, disse o CEO da Ambev, Jean Jereissati, quando definiu a transformação em curso dentro da empresa.

Já o o CTO da Ambev, Eduardo Horai, disse que “A Ambev se posiciona como uma empresa de tecnologia”.

Interessante que é o mesmo discurso do Daniel Knopfholz, Vice-presidente de pessoas e tecnologia do Grupo Boticário e de Fred Trajano, CEO da Magalú, que iniciou uma jornada de transformação digital lá em 2017.

Quer outra curiosidade? 2017 foi o ano do nascimento oficial do Instituto da Transformação Digital – ITD, digo oficial, pois todos sabem que no Brasil o negócio só existe oficialmente quando é emitido seu CNPJ, mas cabeça do empreendedor, ele nasceu antes.

No caso do ITD, ele nasceu em 2015, quando minha agência – WBI on life – ganhou um prêmio do Google, por conta da maior campanha no canal Youtube. Este prêmio nos deu direito a uma consultoria que nos sinalizou o futuro e este futuro aparecia a Transformação Digital como um novo ciclo no mundo dos negócios.

Conto isso sempre nas palestras e rodas de conversa que participo, mas a continuidade deste assunto fica para outro momento. Quem sabe você me convida para um café?

Voltamos então ao principal, o 4º ESTÁGIO de MATURIDADE no mundo DIGITAL.

Neste momento, que para muitos ainda está distante, mas que deveria estar no centro das discussões das áreas de inovação, novos negócios, planejamento.

Deveria estar no centro das discussões dos conselhos, dos comitês, enfim de todo mundo que tem a responsabilidade de pensar no futuro do seu negócio.

Uma empresa que se encontra neste 4º estágio, já consolidou várias plataformas digitais, para se comunicar com seus diversos públicos, sejam eles interno, B2B ou B2C.

E ai surge uma necessidade, algumas vezes previstas no inicio da jornada, mas na grande maioria, é uma percepção que aconteceu ao longo do tempo.

Quem previu esta necessidade no inicio da jornada, ganhou tempo, economizou muito e o principalmente, perdeu poucos clientes.

Já quem não previu, vai ter que investir muito para adequar suas diversas plataformas, mas principalmente vai precisar redefinir sua estratégia de transformação.

Vivenciamos isso no dia a dia do ITD, quando somos chamados para ajudar nesta jornada.

Sim, é isso que o ITD faz. A experiência vivenciada em centenas de projetos, em todos os segmentos, a qualidade do nosso time, composto por especialistas com multiplos conhecimentos, ajuda as empresas a se organizarem melhor em torno deste momento crucial para a não só sobrevivência mas para o crescimento do seu negócio..

De forma resumida, posso afirmar que primeiro a TRANSFORMAÇÃO MENTAL, que possibilita as líderanças:

1. ENTENDER as mudanças no mundo

2. IDENTIFICAR as novas oportunidades

3. AVALIAR os novos modelos de negócios

4. EVOLUIR nos processos (internos/externos)

E, praticamente ao mesmo tempo, acontece a JORNADA de TRANSFORMAÇÃO DIGITAL, que como disse antes é transformação do NEGÓCIO.

Você deve estar se perguntando: “Vejo tanta gente falando disso, mas poucos são claros em mostrar resultados e detalhar sua metodologia”

Sim. Vejo isso também. Aliás, vejo muitos publicando nas redes sociais que estão iniciando um projeto e/ou jornada, mas poucos, muitos poucos, publicando os resultados.

Por que será?

Eu tenho uma “leve” suspeita, mas prefiro deixar pra você pensar no assunto.

E aí?

O que achou do artigo?

Qual estágio de Transformação dos Negócios você e sua empresa estão?

Quer conversar mais sobre este tema?

Me convide para um café ou me contrate para um evento na sua empresa.

Será um prazer compartilhar mais #insightstransformadores com você.

Autor: Paulo Kendzerski

Presidente do Instituto da Transformação Digital – ITD,

Conselheiro Certificado de Gestão e Inovação,

Membro do Enterprise Europe Network,

Fundador e CEO da agência WBI ON LIFE, desde 2000,

Conselheiro no COMCET – Conselho Municipal de Ciência, Tecnologia e Inovação de Porto Alegre/RS

Especialista na construção de Ecossistema de Negócios,

Consultor em mais de 500 projetos de inovação,

Prêmio “Campanha Destaque Google 2015”,

Autor do livro “Web Marketing e Comunicação Digital” (2 edições – 2005 e 2009),

coautor do livro “Impressão Digital. A tecnologia a serviço da Comunicação,

coautor do livro “Gigante de Vendas.

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